Em 1931, a então Inspetoria de Veículos, instituiu os guardadores de automóveis e criou a gorjeta obrigatória, que obrigava os
motoristas a gratificar os guardadores com qualquer valor em troca da segurança dos automóveis. Os estacionamentos foram divididos em postos e cada guardador foi registrado por um número de identificação e ficou responsável por um destes postos, os quais após a retirada do automóvel, emitiam um canhoto em nome da "inspectoria" de veículos do Rio de Janeiro.
Esse registro histórico nos mostra o surgimento da profissão na cidade do Rio de Janeiro como uma iniciativa da gestão pública, a fim de lidar com o surgimento da frota de veículos no município, advento urbano mais significante daquela década.
O crescimento da frota municipal acontecia de forma exponencial e o número de guardadores seguia proporcionalmente esse avanço.
Segundo algumas fontes não oficiais, muitos pracinhas ao retornarem da Segunda Guerra encontraram, na atividade de guardador, uma forma de voltar a ter sua renda assegurada, enquanto os programas de reintegração eram desenvolvidos. Esse crescimento de demanda e contingente fez nascer o Singaerj, em 1949, pautado nos valores de respeito e confiança, que é a base da atividade dos verdadeiros guardadores até hoje.
Desde então o Singaerj tem sido reconhecido como a instituição gestora do sistema de estacionamento municipal no espaço público e representante legítimo dos guardadores do Rio de Janeiro.
Em 1975 o processo do surgimento das grandes cidades avançava e a atividade de guardador precisava ser disciplinada, foi então que o
Presidente Geisel sancionou a lei 6.242 de 1975, reconhecendo a profissão e criando requisitos para atuação como guardador. Para ingressar na profissão passa a ser exigido ao cidadão estar em dia com seus deveres cívicos e comprovar seus bons antecedentes.
Em 1979 foi publicado o decreto que veio instruir como deveria ser a divisão do trabalho e suas reponsabilidades, assim como o percentual devido a cada entidade envolvida no processo.
Esse registro histórico nos mostra o surgimento da profissão na cidade do Rio de Janeiro como uma iniciativa da gestão pública, a fim de lidar com o surgimento da frota de veículos no município, advento urbano mais significante daquela década.
A Regulamentação Federal vista no quadro anterior apontava para um funcionamento dos sistemas de estacionamento, no qual as entidades de classe firmariam convênio ou
contrato com o poder público municipal de cada cidade. Foi então que, em 1979, ainda na primeira legislatura da Câmara do Rio como capital do recém-criado estado do Rio de Janeiro, foi aprovada e sancionada a Lei Municipal 88 daquele mesmo ano, que autorizava a prefeitura firmar convênio com o Singaerj para gestão do hoje chamado "Sistema Rio Rotativo".
A publicação da Lei Municipal 88 de 1979 deu a chancela ao Singaerj, que àquela altura com 30 anos de existência, já figurava de maneira consolidada, como legítimo representante da categoria e responsável pela gestão do trabalho e desenvolvimento dos guardadores.
A tarifa de estacionamento em espaço público na Cidade do Rio de Janeiro teve um leve reajuste em 2004, passando de R$ 1,75 para R$ 2,00.
Desde então, não houve outro reajuste e o guardador vem acompanhando seu poder de compra se deteriorar, ano após ano, com o acumulado da inflação nesse período, o qual ano que vem completaria 20 anos, caso nada fosse feito.
Trabalhar, ano após ano, numa atividade um tanto quanto estigmatizada por parte da população e ainda perceber o valor de seu trabalho derreter por quase duas décadas, provoca graves prejuízos financeiros e também de auto-estima à uma classe de trabalhadores já tão desfavorecida em nossa sociedade.
O Singaerj, como legítimo representante da categoria dos guardadores de automóveis, atua, através de sua Diretoria, no sentido de influenciar o poder público para que essa injustiça seja revista e o guardador possa trabalhar de forma oficial e levar o sustento de suas famílias com dignidade.
Em 2009 já completávamos 5 anos sem reajuste em nossas tarifas e ainda assim, como pôde ser visto na foto acima, os guardadores do Rio de Janeiro apresentavam organização,
união e força de trabalho respeitada em toda a Cidade. Na ocasião foi apresentado um projeto de lei que propunha o fim da cobrança da tarifa de estacionamento na orla da Zona Sul da Cidade, local de maior demanda e também mais nobre do município. O projeto que seguia em direção à aprovação teve uma reviravolta em sua votação, graças à demonstração de força da categoria liderada pelo Singaerj.
A imagem usada nesse quadro é emblemática, pois remete a um tempo em que o Sindicato conseguia mobilizar e organizar a categoria, que como visto, estava muito bem disciplinada e unida, mesmo com já 5 anos sem reajuste na ocasião.
O longo período sem reajustes criou, em toda a categoria, uma grande insatisfação.
Como em todo sistema democrático, grandes crises podem gerar oportunidades para movimentos políticos oportunistas capazes de atrasar e prejudicar as instituições. Não foi diferente em nosso Sindicato, que passou por um longo período de retrocesso e disputas internas, até ter seu fechamento como ápice da crise.
O Ministério Público do Trabalho interveio e mediou eleições legítimas, reconhecidas pelo poder judiciário e que oportunizou a posse da atual diretoria, já no final do ano de 2021.
Hoje o singaerj passa por um processo de reestruturação com o objetivo de resgatar a autoestima do guardador e a eficiência do Sistema Rio Rotativo.